Carioca da gema, nascido e criado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no bairro de Campo Grande, ele cresceu envolvido de muito amor. Agora ele dá ao mundo o que recebeu.
Foi lá, também, que lhe surgiu a vontade de se tornar seminarista. Marcos Vinícius Nunes Oliveira, de 34 anos, por pouco não virou padre.
Hoje ele é o analista de Comunicação e Sustentabilidade da MVV. À época, estudante do curso de Teologia.
“Tenho grande apreço e interesse pela Humanidade e, por isso mesmo, resolvi mergulhar melhor na nossa relação enquanto seres com aquilo que transcende. Então, cursar Teologia me pareceu a solução para isso. Gosto muito das histórias das religiões”, conta.
Marquinhos, como é conhecido por todos, fez diversos cursos na área e ingressou na faculdade de Teologia.
“Comecei a desenvolver a minha parte espiritual muito cedo, aos oito anos de idade. Logo depois de findar a minha Primeira Comunhão, percebi que gostava muito de estar dentro da Igreja e dos amigos que tinha feito lá. Fui coroinha por vontade própria. Gostava de estar totalmente envolvido com o rito da missa. Assim, iniciei essa caminhada me juntando aos grupos da Igreja, chegando a participar ativamente, todo sábado de manhã, da Pastoral da Criança. Havia duas senhoras que trabalhavam na Pastoral e passei a ajudá-las nas comunidades carentes da região, lá no Rio. Justamente por causa disso, me veio essa motivação de ajudar o próximo sempre que possível, me envolvendo cada vez mais com caridade. Eu entrei no seminário achando que poderia ajudar bem mais as pessoas. Com o tempo, percebi que para estar ali, para ser padre, você precisa realmente ter uma vocação. Notei que eu não precisaria necessariamente ser padre para ajudar as pessoas”, revela.
Por isso, periodicamente, sempre que pode, Marquinhos dá aulas gratuitas para jovens que querem ingressar no mercado de trabalho ou que querem entrar para a universidade e não têm condições de pagar um cursinho, além de se envolver na causa animal, com o resgate e encaminhamento de cães e gatos para lares temporários e responsáveis. “Tenho o sonho de um dia poder ampliar isso”.
RUMO AO OUTRO SONHO
Filho do porteiro aposentado João Batista Nunes e da dona de casa Elisete Nunes Oliveira, ele então acabou por deixar esse caminho por conta de um outro sonho, não menos sagrado.
“Eu ainda cheguei a cursar Eletrotécnica, mas o que me conquistou de verdade foi a Publicidade. Sempre parava para ver os comerciais de TV (da Apple, das Havaianas, da Skol, da Bombril etc.) e assistir ao Jornal Nacional. Me apaixonei por Comunicação”, diz.
O sonho dele, quando criança, era apresentar o Jornal Nacional. Isso porque era o momento em que seus pais e sua irmã estavam em casa, reunidos, prestando atenção ao tubo colorido em cima do móvel da sala.
“Toda semana ligo para eles, porque a saudade é imensa. Eles no Rio e eu aqui. Sempre me dão muito incentivo para continuar em frente. Ambos muito orgulhosos de onde estou hoje”, revela.
O publicitário também tem uma irmã chamada Adriana, de 41 anos. A filha dela é afilhada de Marquinhos. Ele tem um enorme apreço pela pequena Ana Paula, de 3 anos e meio. “Sou muito grato a Deus por ser padrinho de uma garotinha tão especial como ela”.
O FLERTE FINAL
Marquinhos ainda flertou com o Jornalismo, mas, por já atuar como designer no CorelDraw e Photoshop, optou pelo curso de Publicidade.
“Assim que vim para Alagoas, em 2012, eu procurei me especializar. Pouco depois, fiz MBA em Mídias Digitais, além de ter a graduação em Comunicação Social. Isso me ajudou bastante, justamente pelo fato de trabalhar nesse segmento aqui dentro da empresa, ajudando a aproximar o público externo das ações realizadas pela MVV”, pontua.
Segundo ele, o ofício que exerce no Projeto Serrote tem muito do contexto de equipe. Marquinhos consegue dar o seu melhor, porque tem um time que o apoia inteiramente.
“Devo muito ao CORA pelo que aprendi e pela oportunidade de realizar meu trabalho. Espero que esse meu aprendizado seja cada vez maior. Para mim, é uma satisfação muito grande atuar em uma empresa como a MVV, que está desenvolvendo duas grandes cidades de Alagoas. Os benefícios que a mineradora está agregando a esses locais é de grande relevância! Tenho muito orgulho do que faço e do que realizo todos os dias”, comenta.
A MVV entrou por acaso na vida dele. Anteriormente, trabalhava em uma agência de comunicação e publicidade chamada LIVE! e até tinha aberto uma empresa própria de nome “Nave Comunicação e Publicidade”.
“Fui também caixa de papelaria no bairro que nasci; atendente em uma home center, no setor de iluminação; estagiei na Associação Comercial Industrial de Campo Grande, já na área de Comunicação e também numa empresa de vendas de caixas d’água; dei aulas de Informática e de Design na Microcamp; trabalhei como assistente de marketing na Araforros e na TV Oops, chegando a ajudar na criação da logo desta última. Enfim, uma trajetória de muitas conquistas. Vejo assim”, completa.
A VINDA PARA CÁ
“Acabei por vir para Alagoas, onde tenho parentes, para ficar mais próximo de minha namorada. Nos conhecemos pela internet, em uma comunidade do extinto Orkut. Tínhamos a mesma ligação pela banda Rosa de Saron. Começamos a conversar sobre isso e viramos amigos. O som nos uniu. Durante umas férias, no casamento de um primo, vim para Alagoas e aproveitei para passar em Sergipe para conhecê-la. Dali em diante, passamos a nos falar mais. Um mês depois, vim em definitivo para Alagoas. Tanto para abrir minha empresa, como para ficar mais perto dela. Algo estava nascendo ali. Hoje estamos noivos”, conta.
O casório está marcado para abril e Roseane Barreto Vasconcelos, 30, vem morar com Marquinhos em Arapiraca. Ela tem 30 anos e é atualmente fiscal de Obras da Prefeitura de Estância, em Sergipe.
“É uma coisa de alma! Rose e eu nos encontramos, nos completamos. Aprendo muito com ela, que é, com certeza, meu porto seguro. Nos momentos mais difíceis, ela me ajudou bastante. Rose sempre me passou muita confiança, muita força e me apoiou em tudo que eu fazia e faço. Tenho um carinho, uma amizade e um grande amor por ela”, completa.
LEITURA DE MUNDO
Marcos é também um leitor voraz de literatura. Ele prefere os romances policiais de Agatha Christie e sir Arthur Conan Doyle (o criador do detetive Sherlock Holmes) e as graphic novels das conhecidas histórias em quadrinhos (HQs), um tópico mais sério dos gibis.
“Cheguei a ter mais de 5 mil HQs. Perdi boa parte em uma enchente que ocorreu no Rio de Janeiro. Quando vim para Alagoas, retomei esse hábito de guardar, colecionar, ler. Aprecio muito as coisas da DC Comics, da Marvel, as publicações do Pipoca & Nanquim”, ressalta o colecionador.
Como exemplo da inclinação mais séria da arte sequencial, ele cita a premiada HQ “Maus”, de Art Spiegelman, que fala sobre a tragédia da Segunda Grande Guerra num tom de livro-reportagem.
Essa paixão começou com os gibis da Disney e da Turma da Mônica. “Isso me foi muito importante, porque desenvolveu bastante a minha leitura de mundo, inclusive. Na escola, eu era bem adiantado nesse quesito em comparação aos meus colegas de turma. Eu tinha uma tia que toda semana levava um gibi para mim. Ela lia e eu acaba decorando as histórias. Mais velho, parti para o universo dos heróis, como Batman, Flash, Demolidor, Homem-Aranha, Aquaman e por aí vai. Até chegar no ‘Maus’, por exemplo”, diz.
Para ele, as HQs são uma forma narrativa muito rica, que mostram a beleza e a feiura, o sagrado e o profano de sermos humanos. Sempre na mesma balança.
Marquinhos faz diferente. Marquinhos faz mais. Marquinhos é MVV.