O nosso Comitê Roda com Elas, um recente núcleo firmado aqui na MVV composto apenas por mulheres-empregadas da nossa empresa, realizou nesta terça-feira (17) o seu 1º grande evento com presença do Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, sediado em Arapiraca.

A abertura ocorreu com a nossa analista de Comunicação, Carla Gomes, que também é integrante do Roda com Elas. Ela explanou sobre a importância do momento de reflexão e passou a palavra para o nosso gerente geral de Operação, Tony Lima.
“Este assunto é de grande importância para a MVV. Nossa empresa possui uma política de Direitos Humanos que garante um ambiente de trabalho seguro e digno para todas as nossas empregadas. Prova disso é que incentivamos um comitê de diversidade, encabeçado e dirigido por elas: é o ‘Roda com Elas’, que se reúne mensalmente para estimular a reflexão de questões que dizem respeito ao dia a dia das mulheres no ambiente profissional e pessoal. Reconhecemos que a indústria de mineração ainda é um ambiente majoritariamente ocupado por homens e, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração, o Ibram, a indústria de forma geral emprega cerca de 13% de mulheres em seu quadro efetivo. A MVV se orgulha em dizer que possui 20% de mulheres no seu quadro efetivo, inclusive mulheres líderes [gerente, coordenadoras e supervisoras]. Trabalhamos para que, na medida do possível, novas oportunidades possam surgir em nossa empresa para outras mulheres”, pontua Tony.

O webinar falou sobre o enfrentamento contra a violência à mulher e sobre as suas várias tipificações. São elas as violências emocional ou psicológica; física; sexual; patrimonial; e moral, dando ênfase a esta última, que geralmente se manifesta de forma velada em ambientes de trabalho.
A equipe multidisciplinar do Juizado participou com apontamentos muito preciosos, inferindo que é preciso denunciar casos usando o 180 e esclarecendo que o feminismo é um movimento que luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Ao todo, houve um público de mais de 70 pessoas da MVV e Appian Brazil. Além de Carla, Tony e a engenheira civil Jamile Oliveira, nossa inspetora de Equipamentos Mecânicos — que fez o chamamento dos palestrantes —, participaram do encontro online Jaqueline da Silva Lima, assistente social (mestra em Dinâmicas Territoriais e Cultura) e perita da equipe multidisciplinar do Juizado; Francielle Santos Dias, psicóloga, perita analista de Comportamento e técnica da equipe multidisciplinar do Juizado; e Alexandre Machado de Oliveira, juiz Especial Criminal e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Arapiraca.

Segundo o juiz, que abriu as falas, este momento pandêmico agravou ainda mais os casos de violência contra a figura feminina, em seus ambientes residenciais. Também houve grande aumento de eventos envolvendo os dispositivos de conversas instantâneas (o WhatsApp, por exemplo), com diversos episódios de violência moral.
De acordo com ele, por vezes, quando a mulher está inserida em um processo de violência, ela começa a passar por um momento de isolamento. E nessa pandemia, isso se intensificou, pois o espaço mais perigoso para ela, paradoxalmente, se tornou o seu próprio lar.
“Há uma rede, aqui no Agreste, de enfrentamento à violência à mulher. Há o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência [CRAMSV], o Centro de Referência Especializado de Assistência Social [CREAS], a Delegacia da Mulher e o nosso Juizado. É um sistema multiportas. A mulher pode acessar qualquer uma delas para fazer a denúncia — não só ela, mas as pessoas perto dela. É importante essa denúncia chegar por uma dessas portas”, diz o juiz Alexandre Oliveira.

Para ele, o desenvolvimento da MVV na região tem se mostrado não apenas no âmbito financeiro, mas também social. “É essencial que tenhamos parceiros como a Mineração Vale Verde na nossa região nesse enfrentamento, nessa luta contra a violência à mulher”, diz ele, elogiando esta ação da nossa empresa e o engajamento do grupo Roda com Elas.
A assistente social Jaqueline Lima também elogiou a iniciativa. “Ver uma empresa com esse compromisso é muito significativo! Parabéns à MVV e ao Roda com Elas! É preciso uma constância de lutas. Continuem e que isso lhes traga frutos, com uma mineração mais plural e ampla. Nesta segunda (16), estivemos também com as mulheres do projeto social de vocês, o Empreendedorismo Feminino. Projeto lindo, realizado de forma concreta, criando empoderamento econômico necessário para essas mulheres da região agrestina”, coloca Jaqueline.
De acordo com ela, as mulheres que participaram do papo nesta segunda-feira serão divulgadoras desses informes importantes. “Informação não é para ficar contida, mas para ser partilhada”.

Recentemente, o Juizado fez algumas pesquisas que revelaram que, na região, mais de 70% das medidas protetivas são de ex-companheiros — maioria é referente à violência psicológica. Isto é, o agressor não chega a agredir física ou sexualmente a sua companheira, mas de maneira verbal segue “diminuindo-a” dentro da tipificação de ameaças veladas.
“E, no ambiente corporativo, também há casos de violência moral. Precisamos de uma convergência de ideias e não uma separação entre masculino e feminino. Isso nos separa de maneira secular com os dias de hoje. Temos que seguir em frente, avançando. É no dia a dia que é preciso lutar”, completa a assistente social da equipe multidisciplinar do Juizado.
Outra especialista do Juizado, a psicóloga Francielle Dias, enfatizou que trabalhar com o enfrentamento à violência — sobretudo, contra a mulher — é muito desafiador.

“Os indicadores, a partir de pesquisas recentes, mostram que há muito receio ainda em se realizar essas denúncias. Nesse contexto, esses índices têm incidido na permanência dessas mulheres em relações abusivas. Quando se dá espaço para se falar a respeito de violências praticadas, o diálogo e o debate são assertivos. Mais gente é beneficiada com o acesso a essa rede. Esse projeto bonito da MVV, com o Roda com Elas, tem demonstrado esse apoio às pautas femininas dentro e fora da empresa. É preciso criar ambientes propícios para se falar e continuar falando”, conclui Francielle.
Ao final do evento, houve um importante momento de perguntas e respostas, algumas muito pertinentes, inclusive, feitas por homens da nossa empresa.
Vivemos, ainda, em uma sociedade patriarcal, onde as mulheres seguem mostrando força, resiliência e muita parceria. Juntos e juntas conseguiremos avançar para um mundo mais aberto e plural. Foi essa a sensação positiva ao final do nosso webinar.
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