O VOCÊ SABIA desta semana é muito especial, dando espaço para uma de nossas empregadas falar sobre o que é ser mulher aqui no nosso site, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser — inclusive na mineração. Assim, finalizamos o nosso Mês da Mulher com “chave de cobre”. Confira abaixo.

Me chamo Fernanda Sofia Finco Roenick, natural de Caxias do Sul-RS. Farei 38 anos no próximo mês de maio.
Estou no mundo da mineração desde 2001, quando iniciei a faculdade de Engenharia de Minas. Eu era a única mulher da sala. E assim foi praticamente durante todo o curso.
Antes de ingressar, fui a uma feira de profissões e me deparei com um estande de alunos de Engenharia de Minas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Naquele momento, tive a certeza: aqui é o meu lugar.
Vejo com muita felicidade o aumento do número das mulheres no ramo da mineração, em particular nas áreas operacionais. A presença majoritária dos homens nessa área, infelizmente, se tornou algo normal para mim. No entanto, procuro ver todos como seres humanos e não fazer distinção de gênero.
Ainda assim, o preconceito velado existe. Por muitos anos, precisei falar mais alto nas reuniões e “mostrar” mais serviço para conquistar o respeito de todos. É uma longa e cansativa jornada. Mas sou apaixonada pelo que faço e isso logo passa.

Olho para trás e vejo tudo o que conquistei. Iniciei minha carreira em 2008 como engenheira de Minas trainee, na Mineração Serra da Borda, em Pontes e Lacerda-MG, passei pelas Mineração Apoena, AMEC Projeto e Consultoria, Kinross Brasil Mineração, Mineração Maracá e hoje estou aqui. Me orgulho muito e faria tudo novamente.
Como relatei, sou formada em Engenharia de Minas pela UFRGS. Tenho mestrado em Tecnologia Mineral, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com intercâmbio na Tennessee Technological University, nos EUA.
Morei nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e agora Alagoas, onde está situado o nosso Projeto Serrote. Cheguei aqui em outubro de 2019 para atuar como coordenadora de Processo da MVV.
E posso dizer: trilhei isso tudo e continuo completamente apaixonada pelo que faço. Dentro do ramo, o Tratamento de Minério é a área que mais gosto.
Extrair o minério de cobre, da melhor forma possível, com o menor custo, com todos os controles de qualidade, atuando junto ao meio ambiente. Esse é meu objetivo no Projeto.

Enfim, eu estou adorando todos os trabalhos que estamos desenvolvendo na MVV. Temos uma equipe fantástica, muito empenhada e engajada. O ambiente de trabalho é leve, em sintonia. Todos e todas se ajudam bastante.
Falando em ambiente leve, sou casada com Helmuth Roenick e mãe do Frederico, de três anos de idade. O meu sonho é que o Frederico cresça em um mundo sem gêneros, sem estereótipos, sem preconceitos; um mundo onde o ser humano seja visto como único, como extraordinário, com suas qualidades e suas limitações.
Eu fui criada aprendendo atividades domésticas, ditas femininas. Meu marido, atividades ditas masculinas (trocar chuveiro, tomada, consertar carro). Estamos criando o Frederico para ele aprender de tudo. Para que, quando adulto, ele decida o que quer fazer. Todas as tarefas podem ser executadas por todos e todas. O que nos limita são os paradigmas inseridos em nossa cabeça pela cultura imposta pela sociedade.
Acho o máximo ver cada vez mais a inserção da figura feminina na mineração: as mulheres operando máquinas, nas salas de controle, manutenindo equipamentos e realizando gerenciamento de projetos. As mulheres podem e devem fazer o que elas quiserem, independente do ramo de atuação.
