Na terça-feira (3), as equipes de Processo, Planejamento e Controle de Produção (PCP) e Operação da Mineração Vale Verde (MVV) concluíram mais uma importante etapa da prontidão operacional: os testes com minério em escala piloto.
O primeiro concentrado de cobre em escala piloto do Projeto Serrote foi gerado antes mesmo do término das obras de implantação. Este teste processou duas toneladas de material. Muitos outros testes já haviam sido feitos, mas apenas em escala de “bancada de laboratório” (onde são utilizados no máximo 60kg de minério em cada teste).
Segundo a coordenadora de Processo da MVV, Fernanda Roenick, o feito foi possível graças a um projeto idealizado no fim de 2019, após a equipe do seu setor realizar uma visita à Atlantic Nickel, o outro ativo controlado pela Appian Capital Brazil.
“Esse trabalho não teria sido possível sem o apoio de áreas que trabalham nos bastidores”, diz Fernanda, agradecendo e ressaltando o espírito de equipe do time MVV.
Esse teste em escala piloto contou com várias etapas, tendo início em meados de setembro deste ano e findando nesta semana.
“Com esse primeiro concentrado de cobre em escala piloto, teremos a validação dos dados operacionais que servirão de base para a partida da planta industrial. Eles ‘nortearão’ a equipe da Operação em um momento muito importante da MVV: o comissionamento e ramp up”, pontua.
E para você, leitor(a), ficar ainda mais inteirado sobre o assunto, o MVV NEWS fez um ping pong com a coordenadora de Processo da MVV. Confira abaixo.
MVV NEWS: Quais os setores responsáveis por esse experimento?
FERNANDA ROENICK: Esse foi um trabalho idealizado, inicialmente, pela equipe de Processo da MVV, a partir da primeira visita realizada nos laboratórios da Atlantic Nickel em novembro de 2019. No meio do caminho, ganhamos o suporte da equipe de Operação. Já no final do projeto, ganhamos mais força, por meio da contratação de novos membros, e a divisão da equipe de Processo em “Processo + PCP”. No entanto, esse trabalho não teria sido possível sem o apoio de áreas que trabalham nos bastidores: a equipe de Suprimentos foi fantástica ao adquirir os materiais necessários, além de fazer a contratação dos dois equipamentos piloto (moinho piloto HIG5 Outotec e DFR piloto Woodgrove); a equipe da Construção, com a construção da base para instalar o moinho piloto; a área Fiscal, sempre nos apoiando na rápida emissão de notas fiscais; nossa equipe do Jurídico, nos orientando e apoiando na revisão de contratos; o time de Gestão de Contratos, sempre a postos para tirar dúvidas; o time do Almoxarifado, nos ajudando a receber e armazenar os equipamentos e materiais; o pessoal do Administrativo, sempre nos apoiando com a logística e com as compras em quaisquer momentos; e, finalmente, contamos com o suporte das equipes da Geologia e Planejamento de Lavra — sem eles, não teria sido possível escolher as amostras que montaram o compósito representativo do ano de 2021 e que gerou o primeiro concentrado do Projeto Serrote em escala piloto.
O cobre passa por todo um caminho (fragmentação, moagem, classificação e concentração) até chegar ao produto final da MVV. Como é feito o controle de qualidade?
Desde a britagem até a filtragem, temos os chamados parâmetros operacionais. São valores que foram definidos pelo time de Engenharia durante a fase de projeto e que serão revistos a partir da operação da planta. Esses valores nos guiam para que alcancemos a recuperação e o teor de cobre no concentrado final. Durante todas essas etapas, amostragens são realizadas para acompanhar a performance da operação. A partir dessas amostras, teremos resultados de granulometria, teor dos elementos químicos, porcentual de sólidos e densidade, entre outros.
Qual o resultado dessa experiência em escala piloto? Estão sendo realizados mais testes como esse?
Com esse projeto piloto, teremos a validação dos dados operacionais que servirão de base para a partida da planta industrial. Eles irão “nortear” a equipe da Operação em um momento muito importante da MVV: o comissionamento e ramp up. Além disso, teremos os balanços de massa e metalúrgico do projeto piloto e saberemos qual performance esperar da planta industrial. O próximo projeto piloto será realizado durante o primeiro trimestre de 2021.
Para você, qual a importância de se trabalhar com o beneficiamento do cobre nos dias de hoje? Seria essa uma atividade minerária “mais verde”?
A atividade minerária não é algo muito conhecido pela população em geral. Causa espanto e curiosidade. Poucos sabem que, sem a mineração, o mundo atual não existiria. A mineração está em tudo o que fazemos e tocamos. Com o beneficiamento de cobre não é diferente. Uma das suas principais utilizações é na condução de energia elétrica. Mas ele é utilizado em muitas outras atividades. Na MVV, teremos um controle rígido de processo e de produção. Faremos acompanhamento diário do nosso balanço hídrico para supervisionar a vazão de água de processo reutilizada e a água nova captada. Todos os nossos reagentes estarão armazenados em tanques em áreas com bacias de contenção. E as embalagens, devolvidas ao fornecedor para descarte adequado. Teremos água de aspersão para mitigação da poeira gerada. Todos os procedimentos e controles serão online, com o uso de tablets, evitando excesso de impressões e descarte de papéis. Estaremos sempre estudando e desenvolvendo novos controles e novas tecnologias para otimizar cada vez mais o nosso processo de produção de cobre.