O uso equivocado de estrangeirismos na língua portuguesa

5 de agosto de 2020
Por Agência Lúmen
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O teórico canadense Marshall McLuhan já havia previsto na metade do século passado que seríamos uma grande “aldeia global”. Esse termo cunhado por ele no livro “Apocalípticos e Integrados” nunca fez tanto sentido.

Com o tempo, as culturas, os hábitos e as línguas puderam ser conhecidas e, de certa forma, convergir.

Assim, o “estrangeirismo” invadiu diversos países dominados por influências externas de grandes potências, a exemplo dos Estados Unidos. Não à toa o nosso alfabeto hoje possui as novas consoantes k, w e y.

Palavras como link, site, online, diet, milkshake, fitness, design, fashion, pop star, shopping, rock, workshop, outdoor, stress, gay, login e delivery são bons indicadores disso, ok?

Logicamente, não apenas o inglês está inserido na língua portuguesa. Há ainda o francês, o árabe e muitas outras. No entanto, a língua inglesa tem bastante força e influência cultural por aqui atualmente.

E isso reflete, inclusive, em alguns usos equivocados desses estrangeirismos. Como a utilização de “endereçar” (address) em vez de “encaminhar”; “suportar” (support) em vez de “apoiar”; “implementar” (implement) em vez de “implantar”; e “contemplar” (contemplate) em vez de “abranger”.

“Todos esses verbos existem no idioma inglês e justamente com o sentido que vem comumente — e erroneamente — sendo utilizados no português. Sabemos que a língua é dinâmica e vocábulos se formam a partir do uso contínuo e acomodação do idioma, mas se há alternativas formais e coloquiais não regionalizadas para todas essas palavras, devemos usá-las”, pontua o jornalista, publicitário, economista e líder de Assuntos Corporativos e Regulatórios (CORA) da Mineração Vale Verde (MVV), Marcus Vinicius Peixoto.

O Brasil é um país continental com essa característica receptora e os sotaques e regionalismos dos signos linguísticos devem prevalecer. São eles que fazem sermos verdadeiramente tão plurais.

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