Entramos em um mês-chave de enfrentamento a todas as formas de violência contra a mulher, o Agosto Lilás.
Por isso, a nossa empresa, por meio do Comitê Roda Com Elas, levou nesta quarta-feira (3) uma palestra especial para as mulheres da área de influência direta (AID) da Mina Serrote, aqui em Craíbas.
Trata-se do nosso projeto “Roda Com Elas na Comunidade”, que acontecerá agora uma vez ao mês com palestras envolvendo pautas sociais direcionadas às mulheres da nossa região.
O evento desta quinta (3) ocorreu no Salão de Festas da Professora Graça, na Lagoa do Mel, contando com a parceria do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher em Alagoas (CDDM) que falou sobre os direitos de cada uma e relatou sobre os preocupantes e elevados casos de feminicídio que infelizmente têm assolado o nosso país.
Os encontros do grupo serão realizados durante todo este ano e o início de 2023, o que renderá um documentário com depoimentos das mulheres envolvidas e acompanhamento das oficinas que ocorrerão com temas relacionados a empoderamento, saúde da mulher e acessibilidade a direitos.
Segundo a analista administrativa da Mina Serrote, Larissa Oliveira, ser mulher no século 21 é um desafio ainda maior, por conta de um processo de desconstrução contínuo que estamos todos(as) vivenciando. Afinal, o papel da mulher hoje na sociedade se ampliou.
“Antes de ser mãe, filha, esposa, profissional, precisamos lembrar que somos mulheres. Antes de tudo, mulheres. Precisamos nos posicionar diante do mundo que nos foi imposto ao nascermos. Cabe a nós, de forma conjunta, mudar esse cenário”, diz Larissa, que é integrante do Comitê Roda Com Elas. Além dela, estavam presentes a analista de Relações Comunitárias da MVV, Gyslane Chaves; a analista de Comunicação e Sustentabilidade, Carla Gomes; e a analista de Melhoria Contínua, Christiane Reis.
Estiveram presentes no evento representando o CDDM/AL a coordenadora do Centro e advogada, Paula Lopes; a assistente social Kallyne Santos; a psicóloga Lorena Barbosa; e a sobrevivente de violência doméstica, Wanderlândia Lemos — esta última hoje é palestrante desta ONG alagoana, que tem sede em Maceió.
“Adianta haver lei e nós, mulheres, ficarmos caladas? Nós precisamos nos empoderar, denunciar violências sofridas. Precisamos contar umas com as outras. Por isso, estamos aqui hoje neste primeiro encontro do Roda Com Elas na Comunidade, uma parceria entre a MVV e o CDDM. O Agosto Lilás é uma semana [de 1 a 7 de agosto] em reverência à Lei Maria da Penha. A morte de uma mulher é a maneira última de calá-la, o feminicídio. Não podem mais nos calar. Nosso poder vem de dentro; vem da fala; vem da escuta. Nosso poder vem dessa partilha com outras mulheres: nós somos nosso próprio lar”, pontua Paula Lopes.
De acordo com a coordenadora, o que o CDDM pretende construir é um grupo de mulheres coeso que promova a transformação social. O intento é educar essas mulheres das comunidades vizinhas à Mina Serrote ao entendimento de seus direitos enquanto mulheres.
“Trabalhamos através da escuta qualificada e sem julgamento, em um formato em que essas mulheres de Craíbas se autoidentifiquem como são (se são brancas, negras ou pardas, por exemplo) e onde estão inseridas na comunidade onde moram, para criar um senso maior de pertencimento. A nossa ONG já possui esse viés, com o adendo de uma abordagem mais divertida, mais dinâmica, já que a nossa linguagem vem da advocacia popular, algo que já empregamos em nossas atividades.”, comenta Paula.
Presente durante esta primeira reunião ao lado de sua mãe Gilda, estava a agricultora Kellianne Lima, de 27 anos. Ela tem dois filhos, recentemente saiu de um relacionamento e comentou sobre os desafios de ser mãe solo e mulher nos dias de hoje.
“Nós sofremos preconceito, recebemos menos que os homens, somos vítimas constantes de assédio. Precisamos, de fato, nos fortalecer para mudar isso. Para nós, esse encontro foi muito bom, abrindo o mês do Agosto Lilás, por estar levando conhecimento às pessoas que às vezes não tem o entendimento de estar sofrendo violência em suas mais variadas formas [física, psicológica, moral, sexual, obstétrica e patrimonial] ou para ajudar mulheres que estão passando pela mesma situação. Então, realmente, as mulheres quando se unem, ajudam umas às outras. Precisamos apoiar, precisamos estar do lado. Achei o evento e o encontro maravilhosos, trazendo vários assuntos, com destaque para a Lei Maria da Penha, que hoje é um amparo para cada mulher”, ressalta Kellianne, que é moradora da comunidade Ipojuco.
Precisamos, juntos e juntas, mudar esse cenário de variadas violências, fato que está entranhado negativamente em nossa sociedade. Junte-se a nós nesta luta, que é de todas e todos: não à violência contra a mulher!